A Bolsa de Valores de São Paulo tinha em alta de 0,62%. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, valorizava para 126.015 pontos.
O dólar tem uma trégua ante o real, após quatro dias seguidos renovando recordes históricos em meio à descrença fiscal interna e cautela sobre tarifas comerciais no futuro governo Trump nos EUA. Depois de fechar na segunda-feira a R$ 6,0652 — maior valor nominal de fechamento da história, a moeda americana oscilava.
Dados do Produto Interno Bruto forçavam a moeda para baixo. O PIB do Brasil cresceu 0,9% no 3º trimestre de 2024, na comparação com os três meses anteriores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Geralmente, o mercado não gosta de altas no PIB, pois elas podem representar inflação à frente. Mas desta vez, como o crescimento foi impulsionado pelo aumento dos investimentos, principalmente, que tiveram ganho de 2,1% neste trimestre, os reflexos hoje podem ser positivos. Para os economistas, crescimento alavancado por investimentos ajuda a criar capacidade instalada (maquinário, tecnologia) para que o país continue com um crescimento sustentado.
Além disso, muitos investidores estão vendendo a moeda (realização de lucros) para aproveitar as altas recentes. No exterior, o dólar cai com a alta de petróleo e do minério de ferro, e principalmente após as promessas do banco central da China (PBoC) de implementar políticas de apoio à economia em 2025. A China é a maior consumidora de produtos exportados pelo Brasil. Se a economia chinesa crescer, o Brasil vende mais e o dólar, aqui, cai.
Mas os efeitos do pacote de corte de gastos continuam pressionando a divisa contra o real. Na semana passada, o governo brasileiro divulgou medidas para diminuir seus gastos em R$ 70 bilhões em dois anos. O pacote desagradou os investidores, principalmente pela isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.