Scott Bessent, um dos principais arrecadadores de fundos para Donald Trump, está posicionado para se tornar secretário do Tesouro, um dos cargos mais importantes no gabinete do presidente eleito. Ele está buscando candidatos para ocupar o cargo de vice-secretário.
Bessent, gestor de fundo de hedge que atuou como conselheiro econômico do ex-presidente, é amplamente visto como um dos principais candidatos para o cargo na nova administração de Trump.
Bessent recusou-se a comentar. Mas uma pessoa próxima ao investidor bilionário disse que ele estava apenas buscando sugestões para um vice-secretário do Tesouro porque a equipe de transição de Trump havia pedido a ele os nomes de candidatos que ele ajudou a avaliar.
"Algumas pessoas podem ter confundido isso com entrevistas diretas, o que não eram", disse a pessoa. A campanha de Trump não respondeu a um pedido de comentário.
Nesta quarta-feira (6), Bessent disse à CNBC que não houve "discussões sobre empregos", mas pessoas familiarizadas com os esforços de Bessent disseram que ele estava agindo como se fosse ocupar o posto.
"Vou fazer o que o presidente Trump pedir", disse ele à CNBC quando questionado se se juntaria à administração.
Bessent, fundador da Key Square Capital Management, no ano passado tornou-se um dos principais conselheiros econômicos de Trump, que recentemente o descreveu como "um dos principais analistas de Wall Street".
O bilionário, que fez sua fortuna apostando contra o iene japonês com o filantropo liberal George Soros, apoiou muitas das políticas econômicas de Trump, incluindo a imposição de tarifas abrangentes sobre importações.
Uma pessoa familiarizada com a situação alertou que não estava claro se Bessent havia recebido a oferta do cargo no Tesouro ou estava "medindo as cortinas prematuramente" para uma posição no governo.
Outros possíveis candidatos para o cargo incluem John Paulson, outro bilionário gestor de fundo de hedge e doador da campanha de Trump, e Robert Lighthizer, o ex-representante comercial dos EUA. O senador Bill Hagerty, que foi embaixador dos EUA no Japão durante a primeira administração Trump, também foi mencionado em conexão com o cargo.
Se nomeado e confirmado para o cargo pelo Senado, Bessent assumiria uma das posições mais poderosas na administração Trump.
O secretário do Tesouro é responsável por manter a maior economia do mundo e o mercado de títulos do governo em uma base estável, além de ajudar a elaborar e executar a agenda econômica do presidente. O departamento também está envolvido na imposição de sanções, incluindo contra a Rússia por sua invasão em larga escala da Ucrânia.
Em uma entrevista recente ao Financial Times, Bessent enquadrou a promessa de Trump de impor tarifas abrangentes sobre importações como uma ameaça "maximalista" que poderia ser alterada durante negociações com parceiros comerciais. "É escalar para desescalar", disse ele.
Bessent disse à CNBC que recomendaria que as tarifas fossem "implementadas gradualmente" para que qualquer impacto inflacionário surgisse ao longo do tempo e fosse compensado por políticas desinflacionárias, como a desregulamentação.
Ele também sinalizou que apoiava visões tradicionais do Tesouro, incluindo a importância de um dólar forte como moeda de reserva mundial. Durante seu primeiro mandato, Trump disse que não estava "entusiasmado" com a força do dólar porque isso dificultava as coisas para exportadores dos EUA, como a Boeing.
Mas Bessent também apoiou políticas não ortodoxas que economistas e investidores alertam que poderiam aumentar a volatilidade.
No início deste ano, ele sugeriu a ideia de nomear um presidente "sombra" do Federal Reserve, que não faria parte do comitê de formulação de políticas do banco central dos EUA, mas daria orientações sobre a futura direção da política monetária. Tal movimento sem precedentes minaria a influência de Jerome Powell, o atual presidente do Fed.
Colaborou Alex Rogers em Palm Beach