Big Techs usam China para convencer EUA a driblar direito autoral para IA

há 1 semana 5

Há pontos que todas elas defendem:

  • melhoria da capacidade energética, já que datacenters, grandes consumidores de eletricidade, são cruciais para ampliar o alcance da IA;
  • explorar maneiras de a IA aumentar a eficiência dos serviços federais.
  • regular o fluxo de chips para outros países.

Está todo mundo interessado em colocar o seu próprio modelo de inteligência artificial em alguma parte do governo
Helton Simões Gomes

Alguns pontos são defendidos com mais ênfase por algumas empresas do que por outras.

Quem responde se a IA fizer besteira?

Para o Google, as empresas responsáveis pelos modelos de IA não devem ser responsabilizadas pelo conteúdo que suas ferramentas produzem quando são provocadas pelos usuários.

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Em vez disso, os desenvolvedores [caso do Google] devem fornecer informações e documentação aos implementadores, como a documentação de como os modelos foram treinados ou mecanismos para supervisão humana, conforme necessário, para permitir que os implementadores cumpram os requisitos regulatórios
Google

Em vez de uma lei federal com diretrizes, a OpenAI, dona do ChatGPT, quer um panorama legal, algo como uma avaliação da administração pública apenas quando um serviço é contratado.

Código aberto

A Meta advoga que as IAs open source não tenham exportação controlada. Ela é a desenvolvedora do Llama, um dos expoentes da IA com código aberto. Para a empresa, uma trava no fluxo comercial permitiria que o DeepSeek e outros modelos chineses de código aberto dominem a corrida tecnológica.

Menos direito autoral

Todo mundo quer usar dados com direito autoral sem ter que, obviamente, remunerar os proprietários desses dados
Helton Simões Gomes

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O Google defende equilíbrio nas leis de direito autoral e propõe que as leis de privacidade permitam uso de dados abertos na internet, mesma posição da Microsoft.

Já a OpenAI, dona do ChatGPT, pede "fair use" de dados com direito autoral, expediente para manipular informações protegidas sem autorização dos donos para produzir paródia, análises, notícias e pesquisas acadêmicas. A empresa argumenta que, sem essa exceção, perderá espaço para modelos de IA estrangeiros que já fazem isso.

Isso é um 'heads up' para o DeepSeek, mas não é a única coisa que aponta que a OpenAI está muito de olho no que vem da China
Helton Simões Gomes

Segurança nacional dos EUA

Para OpenAI, Google e Anthropic, a Casa Branca deveria encarar IA como assunto de segurança nacional. O Google sugeriu que o governo norte-americano entre em campo para travar leis estrangeiras sobre IA solicitando segredos comerciais e defende que só o país de origem de uma empresa tenha a responsabilidade para analisar os modelos feitos por ela.

Se não ajudar a desenvolver, é problema de segurança nacional. Se não fomentar a inovação, é problema de segurança nacional. O direito autoral virou um problema de segurança nacional perante esse argumento da indústria de tecnologia
Diogo Cortiz

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Em nome de "fazer os EUA grande de novo", as Big Tech encamparam o discurso de Donald Trump para fazer valer seus interesses comerciais.

As empresas vão usar o governo para levar seus interesses ao redor do mundo, servindo como um escudo, e ao mesmo tempo o governo pode usar essas empresas como tentáculos para estar presente em outros países
Diogo Cortiz

Sem chips para rivais

As empresas pedem para a Casa Branca intensificar a restrição do fornecimento de chips para alguns países.

A OpenAI quer, por exemplo, o banimento dos chips da Huawei e uma ampliação dos países que podem comprar sem amarras semicondutores da Nvidia para aqueles comprometidos com algo que chama de "princípios democráticos da IA". Já a Anthropic, dona do Claude, é a mais ferrenha na proibição de chips para a China.

Para Cortiz, o que separa os chineses dos norte-americanos na corrida da IA são os chips, já que a China lidera em artigos científicos, patentes e citações em outros estudos da área.

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Apple Intelligence no Brasil: por que Apple fez IA virar commodity no iPhone?

A maior aposta da Apple para inteligência artificial chegou ao Brasil. É o Apple Intelligence, camada de funções para tornar diversas funções do iPhone mais espertas e alinhadas com a tecnologia da vez.

Helton e Diogo contam quais funções do smartphone receberam aquele banho de IA. E avisam: quem espera um super-poder vai precisar repensar. A estratégia da Apple é fazer seus apps executarem funções consolidadas com IA, algo como uma commodity. Mas por que uma empresa acostumada a inovar escolheu fazer isso?

Inteligência artificial geral: por que ninguém sabe quando chega IA poderosa?

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Se as empresas de tecnologia gastam bilhões com IA, é para serem as primeiras a colocar na praça a tal IA geral. A definição do que essa tecnologia viria a ser é difusa, mas os especialistas concordam com o seguinte: será uma IA poderosa a ponto de compreender como executar tarefas complexas mesmo com poucas informações em mãos e capaz de aprender coisas novas a tal ponto que vai superar as capacidades cognitivas do ser humano.

Só que? ela chega quando? Deu Tilt explica por que tem gente que espera a chegada da IA geral para daqui a dois anos, cinco anos ou nunca.

IA tem crise de ansiedade? Estudo mostra que sim, mas não é bem assim

Essa é boa. E veio de pesquisadores gabaritados da Universidade de Yale. Eles descobriram que o ChatGPT pode exibir sinais de crise de ansiedade após ser exposto a relatos estressantes, violentos ou trágicos. Isso quer dizer que a IA tem ansiedade, como nós humanos? Helton e Diogo contam que não é bem assim. Desculpe o gatilho para os ansiosos de plantão, mas, para saber por quê, você precisará ver o episódio.

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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