Bancos recuam em ESG e rebaixam principais cargos de sustentabilidade

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Principais bancos globais rebaixaram seus principais cargos de sustentabilidade e reduziram equipes ligadas ao tema em resposta a uma transição energética global mais lenta do que o esperado e a uma movimentação contrária motivada por políticos republicanos nos Estados Unidos.

HSBC, Standard Chartered, Barclays e Wells Fargo estão entre aqueles que cortaram ou reorganizaram funções de meio ambiente, social e governança (ESG), após uma onda de expansão dessas equipes.

O Standard Chartered reduziu o time liderado pela diretora de sustentabilidade Marisa Drew de cerca de 140 funcionários para 90 funcionários no último ano, de acordo com pessoas familiarizadas com as mudanças. Enquanto muitos dos cargos foram realocados para equipes voltadas ao cliente, alguns funcionários seniores foram demitidos.

Uma pessoa próxima ao banco disse que as mudanças foram adotadas para integrar questões de sustentabilidade mais profundamente em suas operações e gestão de riscos, um tema ecoado por outros no setor.

O presidente José Viñals disse, durante a divulgação dos últimos resultados do banco, que continuaria a destinar investimentos para abordar as mudanças climáticas. Ele estabeleceu, ainda, a primeira meta para reduzir emissões de títulos corporativos de petróleo e gás e afirmou ter gerado quase US$ 1 bilhão em receita de finanças sustentáveis.

Os cortes na indústria, no entanto, têm preocupado especialistas em estruturas de empréstimos verdes, que construíram carreiras em uma disciplina complexa ainda vista por alguns colegas de bancos de investimento como "suave". "Queremos manter a cabeça baixa e continuar com nosso trabalho em vez de fazer alarde sobre o que estamos fazendo porque as coisas são fluidas", disse um banqueiro.

O Wells Fargo não substituiu imediatamente sua diretora de sustentabilidade Robyn Luhning depois de sua saída do banco dos EUA no ano passado. Em vez disso, promoveu um funcionário para o cargo de "chefe de sustentabilidade", nomeado após um intervalo de oito meses. O banco disse que as responsabilidades permaneceram as mesmas.

A chefe de sustentabilidade do grupo Barclays, Laura Barlow, também não foi substituída após deixar o cargo em janeiro. Uma pessoa próxima ao banco disse que a instituição expandiu o portfólio do colega Daniel Hanna para incluir as responsabilidades de Barlow.

A diretora de sustentabilidade do HSBC, Céline Herweijer, saiu da empresa no ano passado após ser removida do comitê executivo como parte de uma reestruturação do banco sob o comando do diretor executivo Georges Elhedery.

A diretora financeira do HSBC, Pam Kaur, assumiu a "responsabilidade pela sustentabilidade global" ao sair do posto de diretora de riscos em janeiro. A função de Kaur foi preenchida por Julian Wentzel, anteriormente chefe de banco global para o HSBC no Oriente Médio, norte da África e Turquia.

Em seus últimos resultados, o HSBC indicou que poderia fazer mudanças radicais em sua estratégia para reduzir a pegada de carbono de seus empréstimos ainda este ano e adiou uma meta para atingir emissões líquidas zero em suas próprias operações e cadeias de suprimentos de 2030 para 2050.

O HSBC foi um dos primeiros grandes bancos globais em 2022 a dizer que não financiaria diretamente novos campos de petróleo e gás e exigiria planos detalhados de descarbonização de clientes de energia.

Muitos bancos europeus estão escolhendo "esperar para ver", enquanto a administração Trump desmantela a política climática dos EUA, e a UE avalia medidas que reduziriam seus próprios requisitos de relatórios sustentáveis.

Os bancos culpam os clientes em alguns casos pela mudança de direção. O HSBC disse em sua declaração de resultados que a transição energética global foi "mais lenta do que o previsto" devido a fatores fora de seu controle.

"É um momento difícil para estar no negócio", disse um diretor de sustentabilidade. "É realmente difícil."

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