Banco Central surpreende e aumenta juros em 1 ponto, para 12,25% ao ano

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Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília
Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília Imagem: NurPhoto via Getty Images

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu nesta quarta-feira (11) aumentar a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano. Esse aumento é maior do que o esperado pelo mercado financeiro, que era 0,75 ponto percentual.

A elevação foi decidida em unanimidade pelos nove membros do comitê. Esta foi sua última reunião sob o comando de Roberto Campos Neto, que deixa a presidência do BC no dia 31 após quatro anos no cargo. A partir do dia 1º, assume Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O que aconteceu

Após reunião de dois dias, o Copom anunciou sua decisão no início da noite. Este é o terceiro aumento seguido da Selic.

Maior taxa desde novembro de 2023. O mais recente ciclo de elevação da taxa de juros começou em setembro deste ano, com uma alta de 0,25 p.p.. Antes de dezembro, o último aumento tinha acontecido em novembro, de 0,75 p.p., para 11,25% ao ano.

A última edição da pesquisa semanal Focus, do próprio BC, havia apontado que a maioria dos analistas esperava alta de 0,75 p.p. da Selic nesta quarta (11). Mas algumas instituições financeiras, como os bancos Itaú e BTG Pactual, apostavam em aumento maior.

Todos os nove membros do Copom concordaram com a decisão tomada. Além de Campos Neto, votaram os diretores: Gabriel Galípolo (política monetária), Ailton de Aquino Santos (fiscalização), Carolina de Assis Barros (relacionamento institucional, cidadania e supervisão de conduta), Diogo Abry Guillen (política econômica), Otávio Ribeiro Damaso (regulação); Paulo Picchetti (assuntos internacionais e gestão de riscos corporativos), Renato Dias de Brito Gomes (organização do sistema financeiro) e Rodrigo Alves Teixeira (administração).

Aumento da inflação

Prévia da inflação sobe 0,62% em novembro. O índice superou o teto da meta de inflação em 12 meses, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado foi maior que a alta de 0,54% registrada no mês anterior.

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IPCA-15 ultrapassa a margem de tolerância. Com a aceleração, a inflação no Brasil aparece acima da banda de 1,5 ponto percentual, que permite ao IPCA variar entre 1,5% e 4,5% em 2024, conforme estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

Resultado surpreende as projeções do mercado. A alta foi maior do que o esperado por analistas financeiros, que previam um avanço de 0,48% para o período.

Variação é a maior para novembro desde 2021. Em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando o índice avançou 0,33%, o resultado deste ano demonstra aceleração. Entre todos os meses de 2024, o valor de novembro só ficou atrás do registrado em fevereiro (0,78%).

IPCA-15 é prévia oficial da inflação no Brasil. Criado em maio de 2000, o indicador oferece a variação dos preços em períodos de 30 dias finalizados na metade de cada mês. A apuração deste novembro considerou o intervalo de 12 de outubro a 12 de novembro.

O que é e como funciona a Selic

Selic é definida pelo Copom. A taxa básica de juros é determinada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central e é usada como instrumento de controle da inflação.

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Juros influenciam consumo e crédito. A variação da Selic impacta diretamente o consumo das famílias e a tomada de crédito, afetando o comportamento econômico no país.

Aumento da Selic reduz consumo. Quando a inflação está alta, o Banco Central eleva os juros para conter o consumo e pressionar os preços para baixo. Em cenários de inflação baixa, o BC diminui a taxa básica para incentivar o consumo e a atividade econômica.

Selic afeta todas as taxas de juros. Empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras são diretamente influenciados pela variação da taxa básica.

Alta da Selic aumenta custo dos bancos. Com juros mais altos, os bancos têm um custo maior para captar recursos, o que reflete em taxas mais elevadas para empréstimos.

Juros ao consumidor são mais altos. Além da Selic, os bancos embutem nas taxas de empréstimos custos com risco de calote, impostos, compulsórios e margem de lucro.

Rendimento de renda fixa cresce com alta da Selic. Investimentos atrelados à taxa básica, como o Tesouro Selic, passam a oferecer maior retorno, enquanto a poupança segue perdendo competitividade.

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Opções atreladas à Selic ganham destaque. Aplicações como o Tesouro Selic registram maior rendimento e se consolidam como alternativas para investidores em momentos de juros elevados.

Matéria em atualização. Aguarde mais informações.

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