"Entretanto, existem casos de acidentes aéreos que, na hora que você vai investigar, se encontra um fator totalmente fora da curva, que ninguém imaginou que seria aquilo, mas era. Então, só a investigação pode confirmar [a causa da queda]", disse Marinho.
Formação de gelo e queda em espiral
O presidente do BGAST explica que a formação de gelo sobre as asas de uma aeronave é causada por uma condição atmosférica em que a água fica abaixo de 0ºC e, quando o líquido se choca com a asa, forma-se uma camada de gelo.
"O acúmulo de camadas de gelo sobre as asas, pode mudar a curvatura das asas, que são justamente o que possibilita a sustentação da aeronave", segue o piloto. "Se muda demais essa curvatura, a aeronave perde a sustentação e, nesses casos, "é como se ele deixasse de ser um avião e passasse a ser uma como uma pedra, que foi o que vimos hoje", completa.
O que explica a queda do avião em espiral é justamente isso, a aeronave perde a sustentação e para de voar. Tanto é que ele não tinha nenhuma velocidade horizontal, só vertical. Por isso, ele ficou rodando no próprio eixo, até chegar no chão. Quando entra em 'parafuso chato' [quando o avião cai sem nenhuma ou quase nenhuma velocidade horizontal], é praticamente impossível de sair dele. Raul Marinho, piloto e presidente do Grupo Brasileiro de Segurança da Aviação Geral (BGAST)