Em um cenário internacional de guerras simultâneas e problemas logísticos que incluem a falta de navios e a alteração de rotas marítimas, o Brasil fica suscetível à elevação dos preços internacionais de fertilizantes e do custo do frete. Tudo isso encarece não somente a produção de commodities agrícolas, mas também dos alimentos básicos do dia a dia, como arroz e feijão.
Esse é o contexto no qual aconteceu, na semana passada, a 4ª Reunião Ordinária do Confert (Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas), que é liderado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Em volta da mesa, em Brasília, homens engravatados, líderes de grandes companhias e entidades do setor discutiram os caminhos para o país ter produção própria de um insumo essencial para o agronegócio. O encontro teve apresentação de Bernardo Silva, diretor-executivo do Sinprifert (Sistema Nacional de Informações para Produção e Comércio de Fertilizantes e Corretivos do Solo).
Entre os participantes estavam Marcelo Silvestre, diretor-presidente do Grupo Galvani, Rodolfo Galvani Jr, presidente do Conselho do grupo, Clorialdo Roberto Levrero, presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo (Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal ) e Jacyr Costa Filho, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo).
A Itafos, fabricante de fertilizantes listada na Bolsa de Toronto, também teve lugar à mesa, com a presença do presidente das operações no Brasil, Felipe Coutas. Em Arraias, no Tocantins, a empresa consegue produzir 500 mil toneladas de fertilizantes. A capacidade ainda está ociosa, mas vem aumentando significativamente. Em 2023, a produção foi de 32 mil toneladas e a projeção para 2024, ainda sem os números consolidados do quarto trimestre, é de que a companhia chegue a 100 mil toneladas de fertilizantes.
É do interesse da Itafos participar das discussões em Brasília, pois um plano de operação em Santana do Araguaia, no Pará, está contemplado na carteira de projetos estratégicos do Confert (Conselho Nacional de Fertilizantes), que lidera o Plano Nacional de Fertilizantes. Nessa unidade, a capacidade prevista é de 65 milhões de toneladas de fosfato, que pode atender não somente fertilizantes mais concentrados mas também o mercado de nutrição animal. A estratégia é acertada, já que a região paraense, próxima de São Félix do Xingu, tem alta concentração de atividade pecuária.