O Congresso terminou na sexta-feira (20) a votação do pacote de contenção de gastos proposto pelo governo Lula. Foram dois projetos de lei e uma proposta de emenda à Constituição aprovados na Câmara e no Senado, em uma maratona de votações antes do recesso parlamentar. Parte das medidas foi enfraquecida, o que deve reduzir a economia prevista para os cofres públicos.
Os parlamentares blindaram emendas obrigatórias contra bloqueios; afrouxaram o dispositivo para combater supersalários e derrubaram parte das mudanças no Benefício de Prestação Continuada, entre outros pontos.
O governo fez concessões e reforçou a articulação política para conseguir aprovar os textos ainda neste ano. Entre os itens mantidos no pacote está o limite ao ganho real do salário mínimo, uma das principais apostas do governo para conter os gastos.
Ainda não está claro quanto da economia de R$ 72 bilhões esperada em dois anos já se perdeu pelo caminho. O Ministério da Fazenda estima que as mudanças feitas pelo Congresso retirem pouco mais de R$ 2 bilhões do impacto total das propostas esperado para 2025 e 2026. Analistas ouvidos pela Folha projetam perdas entre R$ 8 bilhões e R$ 20 bilhões.
O episódio do Café da Manhã desta segunda-feira (23) discute como as decisões finais do Congresso em 2024 impactam o ano do governo em 2025. O colunista da Folha Bruno Boghossian conta os bastidores dessa corrida de aprovações, trata dos significados das perdas e dos ganhos do Planalto e analisa em que tom o próximo ano deve começar nos corredores de Brasília.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pela jornalista Gabriela Mayer, com produção de Daniel Castro e Lucas Monteiro. A edição de som é de Raphael Concli.