'Atacante cheira sangue na água', diz VP da CrowdStrike sobre golpes do Pix

há 4 dias 3

Os golpes do Pix explodiram, mas a onda de vítimas não decorre de uma falha no sistema.

As transações com o meio de pagamento estão entre as mais seguras do mundo, diz Jeferson Propheta, vice-presidente da CrowdStrike para sul da América Latina. O que faz os ataques serem cada vez mais comuns é a técnica usada pelos cibercriminosos.

A tecnologia do Pix foi muito bem criada, se ainda não virou, vai virar referência para o mundo inteiro de como fazer transação digital
Jeferson Propheta, vice-presidente da CrowdStrike para sul da América Latina

Diferentemente de outros meios de pagamento, o Pix já nasceu para ser seguro.

A estrutura do Pix é muito reforçada. Só que virou o meio de pagamento principal. E o atacante, quando sente o cheiro de sangue, não vai desistir só por que o meio é seguro
Jeferson Propheta

Phopheta explica que os atacantes buscam os elos mais fracos da corrente para conseguir o que querem. Ou seja, se não é possível atacar o Banco Central, dono da tecnologia, ou os bancos, que fazem a intermediação da transação, os criminosos miram quem usa o sistema.

O vice-presidente da CrowdStrike, uma das mais respeitadas empresas de cibersegurança do mundo, pontua que a maioria dos ataques de Pix têm por trás táticas vindas da engenharia social.

Uma prática comum entre criminosos que aplicam golpes financeiros é trabalhar sempre com o sentimento de urgência.

Existe muita técnica de persuasão para fazer com que as pessoas façam coisas que não querem
Jeferson Propheta

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Recorrente entre os cibercriminosos, um recurso para impelir as pessoas a fazer o que não querem é incluir no discurso uma necessidade de urgência ao pedido. Propheta exemplifica: se alguém que diz ser um gerente de banco solicita uma transação urgente, as pessoas devem ter frieza antes de executar a ação e procurar entender se a rapidez é necessária e se, em outro momento, fariam o que foi solicitado.

Para complicar a vida das pessoas, a inteligência artificial adicionou uma vantagem a favor dos criminosos. Agora, os ataques são personalizados e espalhados de forma massiva.

Até pouco tempo atrás, os criminosos enviavam mensagens SMS que podiam ser facilmente percebidos como fraudulentos. Alguém podia receber uma mensagem de um banco em que não possuía conta solicitando o envio de dinheiro.

Quando a gente soma a capacidade analítica da inteligência artificial, de trazer informações - levando em conta o monte de vazamentos que existiu nos últimos anos -, e se faz um ataque específico, com dado específico seu, isso torna aquela engenharia social que era tão boba em algo mais legítimo
Jeferson Propheta

A dica do especialista é duvidar sempre.

Às vezes a gente opera no automático e hoje em dia, especialmente em transações financeiras, é perigoso

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Em termos de dados, a gente precisa continuar tentando se proteger o máximo possível, porque senão vamos chegar em um universo onde a tecnologia vai ficar inviável
Jeferson Propheta

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