Arroz, gasolina e remédios: o que deve ficar mais caro com vitória de Trump

há 2 meses 1

A gasolina, por ser cotada em dólar, também deve registrar aumento. Como o petróleo é uma commodity negociada internacionalmente, qualquer alta no dólar afeta diretamente o valor dos combustíveis no Brasil. "Cada vez que o dólar se valoriza, o custo do transporte e da logística também sobe, pressionando o preço de bens e serviços", afirma Vasconcellos.

A alta do dólar afeta também medicamentos e produtos eletrônicos, encarecendo tratamentos de saúde e bens de consumo. Muitos ingredientes ativos de medicamentos e equipamentos médicos são importados, elevando os custos para o consumidor. Produtos como computadores e eletrodomésticos, por serem em sua maioria importados, também devem ficar mais caros.

Medidas protecionistas nos EUA podem impactar exportações brasileiras, encarecendo insumos importados. Vasconcellos explica que setores como aço, alumínio, soja e carnes são especialmente vulneráveis, pois tarifas adicionais sobre produtos brasileiros nos EUA reduzem a competitividade e aumentam os custos de importação.

Produção agrícola

A produção agrícola no Brasil, que também depende de insumos cotados em dólar, é impactada com a alta da moeda americana. Segundo Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Asset Management, a soja e o milho, por exemplo, são commodities que enfrentam aumento de custos quando o dólar está alto. "A menor competitividade no exterior e o custo dos insumos reduzem a oferta interna, pressionando os preços".

Para setores como automotivo e telecomunicações, as tarifas que devem ser aplicadas por Trump ampliam o protecionismo americano. Kawauti aponta que essa política afeta a exportação brasileira, especialmente para produtos com forte concorrência americana, como componentes automotivos. Isso gera uma pressão adicional sobre os fabricantes brasileiros que dependem da exportação para sustentar sua produção.

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