Após crescer nas pesquisas, Nunes é principal alvo em debate ofuscado por agressão

há 3 meses 23

Apesar de a agressão do apresentador José Luiz Datena (PSDB) contra o influenciador Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira ter atraído todos os holofotes neste domingo (15), o debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo (SP), realizado pela TV Cultura, também teve como um de seus destaques as fortes críticas dos postulantes ao cargo direcionadas ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição.

Da esquerda do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) à direita da economista Marina Helena Santos (Novo) e do próprio Marçal, todos os candidatos escolheram em algum momento Ricardo Nunes como alvo a ser desconstruído. As movimentações ocorrem após pesquisas recentes indicarem crescimento do prefeito nas pesquisas de intenção de voto duas semanas após o início das propagandas no rádio e na TV.

Num dos momentos mais quentes do debate, Nunes e Boulos — os dois nomes que aparecem numericamente à frente na pesquisa Datafolha — se enfrentaram. O prefeito costurou uma pergunta tentando criticar Boulos e Marçal ao questionar de proposta específica do programa de governo do influenciador.

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“É impressionante. O Ricardo Nunes é meio confuso. Primeiro ele mente a respeito das minhas posições, depois ele pede que eu comente a proposta de outro candidato? Você está num debate para a prefeitura de São Paulo. Vamos falar das coisas que importam?”, questionou Boulos.

O parlamentar aproveitou seu tempo para relatar problemas com o ar-condicionado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Campo Limpo e suas consequências para o bem-estar de pacientes e até riscos para tratamentos. “Você deixaria um familiar seu nessas condições?”, questionou.

Em sua resposta, Nunes repetiu que Boulos defende a legalização de drogas e que tal postura seria nociva para os jovens e as famílias. Depois, o prefeito destacou o crescimento do orçamento dedicado à saúde durante sua gestão.

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“Isso só existe na cabeça do Ricardo Nunes. Ele vive no mundo da fantasia, da propaganda, que ele gastou R$ 600 milhões do nosso dinheiro para criar uma realidade paralela. Na cidade de São Paulo, a vida é outra”, rebateu o parlamentar.

Na sequência, o sorteio colocou a deputada federal Tabata Amaral (PSB) de frente com Nunes. A parlamentar questionou as ações de Nunes para enfrentar os efeitos da crise provocada pela seca e pelas queimadas sobre a qualidade do ar na cidade.

“Nesse meio tempo, eu não lhe vi. Onde estava o prefeito que não cobrou o governador e o presidente? Onde estava o prefeito que não procurou os prefeitos do interior para cobrar e oferecer ajuda? Onde estava o prefeito que não deu uma orientação sobre máscara, janela, absolutamente nada?”, perguntou Tabata.

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Em resposta, Nunes destacou comitê de crise criado, liberação de recursos para escolas comprarem umidificadores, distribuição de manuais com orientações para o enfrentamento da situação e ações de brigadas de incêndio e os trabalhos de bombeiros e da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Na réplica, Tabata migrou para o debate político, lembrando das alianças feitas por Nunes ao longo do tempo. “O problema do atual prefeito é que não tem liderança, porque não tem convicção, está sempre buscando a sombra do poder. Sempre buscando um benefício próprio. Tanto que agora vive correndo atrás do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, mas antes já esteve com Bruno Covas (PSDB), já esteve com [João] Doria e até com [Fernando] Haddad ele esteve, quando ele votou a favor do aumento do IPTU. Ou seja, nenhuma convicção, apenas poder pelo poder.”

O segundo bloco do debate foi concluído com uma dobradinha entre Boulos e Tabata em que foi lançada luz sobre o problema da segurança, sobretudo no caso da população feminina na cidade. Naquele momento, os dois aproveitaram a oportunidade para um debate mais propositivo e com críticas em comum à gestão de Nunes.

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“A gente precisa fazer uma reviravolta na zeladoria dessa cidade. Muita denúncia de corrupção, mas o lixo continua esparramado, as calçadas continuam quebradas e, na cidade mais rica do país, tem rua escura”, disse a parlamentar.

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