Apartamento em prédio residencial mais alto do mundo em BC pode custar até R$ 222 mil o m²

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O arranha-céu de 500 metros de altura anunciado para ser o mais alto residencial do mundo em Balneário Camboriú (SC) terá apartamentos sendo vendidos por R$ 200 milhões, o que representa uma cifra de R$ 222 mil o metro quadrado.

A informação é da própria construtora à frente da obra, a FG. "No Senna Tower, as unidades podem chegar a R$ 200 milhões. No total, serão 228", disse a companhia em nota.

A FG não detalha qual apartamento custaria esse preço, mas a reportagem apurou entre corretores de imóveis que o valor é para um triplex. O lançamento da obra será em maio.

O prédio vai ter duas unidades de três andares, localizadas no alto do edifício, mas abaixo dos pêndulos de mil toneladas que serão usados para amenizar a força dos ventos. Cada triplex terá 903 m² e, com isso, o preço do metro quadrado vai ficar em R$ 222 mil.

Para bolsos mais "modestos", o prédio dispõe de outros apartamentos a partir de R$ 25 milhões.

O Senna Tower será construído com investimentos da FG em parceria com a Família Hang —do dono da varejista Havan, Luciano Hang. O projeto foi desenvolvido pela construtora junto com a marca Senna, do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna.

As unidades de R$ 200 milhões ainda não estão sendo negociadas no mercado imobiliário. Segundo o corretor de imóveis Diego Wantowsky, esses apartamentos estão "congelados" pela construtora: não é possível fazer reserva por ora, nem há preço definido.

Na cidade, especula-se como vai ocorrer a venda desses dois imóveis. Wantowsky acredita que podem ser leiloados, o que é incomum no Brasil para imóveis nessa faixa de preço, mas rotineiro em países como os Estados Unidos.

Em São Paulo, o triplex da apresentadora Luciana Gimenez foi colocado a leilão em fevereiro deste ano. É o primeiro imóvel brasileiro a ser negociado nesses moldes pela renomada casa Sotheby's nos Estados Unidos.

No mercado há seis anos, o triplex tinha lance inicial previsto no valor de US$ 4 milhões (cerca de R$ 22,8 milhões).

Integrantes do setor não descartam que o comprador de uma dessas unidades venha a ser estrangeiro. Na conversão, uma unidade de R$ 200 milhões ficaria 31,6 milhões de euros ou US$ 34,4 milhões. Wantowsky vê forte interesse de compradores do Oriente Médio na região de Balneário Camboriú.

Mas há quem acredite que o futuro proprietário possa ser brasileiro. É o caso do corretor de imóveis Guilherme Pilger, que atua há mais de uma década na "Dubai brasileira".

"Temos clientes aqui no Brasil com esse perfil. Aqui para Balneário, nós já negociamos um imóvel no valor de R$ 45 milhões. R$ 200 milhões é muito acima, seria cinco vezes mais. Não é uma venda fácil, tem que ter os contatos", diz. Segundo o corretor, R$ 222 mil para o metro quadrado seria algo inédito para a cidade.

Balneário Camboriú tem hoje o metro quadrado mais caro do país, segundo o FipeZap. Em fevereiro deste ano, o preço médio na cidade ficou em R$ 14.206, à frente de São Paulo (R$ 11.472) e Rio de Janeiro (R$ 10.379).

Os preços altos na cidade —e no Senna Tower— não parecem afugentar compradores. Os dois corretores de imóveis ouvidos pela reportagem afirmam que há clientes de olho em apartamentos no maior residencial do mundo.

Pilger, por exemplo, diz ter dois: um interessado num imóvel de R$ 45 milhões e outro, no de R$ 30 milhões. Wantowsky explica que seu comprador é ligado ao agronegócio, morador do Centro-Oeste e que se interessou pelo imóvel por ser fã de Ayrton Senna. Na mira dele está um imóvel na casa dos R$ 27 milhões.

O empreendimento, segundo Wantowsky, é "sucesso em vendas". Exemplo disso é o interesse pelas "mansões suspensas", unidades localizadas nos primeiros andares, que vão ter piscina, área externa e elevadores para os carros estacionarem na "porta" de casa. Das 18 mansões suspensas, 15 já teriam sido "reservadas". Esses apartamentos vão ter entre 420 m² e 563 m², conforme a construtora.

"Como o Senna Tower é o maior do mundo, são bastantes unidades, mas ao mesmo tempo são poucas. O cliente não está falando de preço, mas do que o edifício pode proporcionar", diz Wantowsky.

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