André Kassu, da CP+B: 'Marcas precisam voltar a contar boas histórias'

há 2 meses 2

Muitas vezes, a gente fugiu disso — seja porque algumas plataformas diziam que só valia vídeo de seis segundos, que a marca tem que aparecer no começo, que a marca não pode aparecer. E essas próprias plataformas, quando fazem a publicidade deles, criam comerciais de 30 segundos, de 60 segundos. É uma dicotomia. O TikTok fala: 'Don't make ads', mas aí faz intervalo no Fantástico.

Eu gosto de ver essa mudança da forma de pensar, óbvio. Hoje, temos pessoas nativas dessas linguagens dentro das equipes — mas eu sinto que, depois de passar essa avalanche, a gente precisa a falar de novo como um 'mercado das histórias'.

Mídia e Marketing: As agências de publicidade trabalham em duplas (e, em poucas vezes, trios) e criavam para já determinados formatos, adaptando as campanhas. Hoje, como se cria, já pensando quem as campanhas, muitas vezes, precisam ir para a TV, redes sociais diferentes, mídia exterior e outros formatos digitais?

Confesso que ainda gosto do formato de duplas, mas a forma dessas duplas atuarem no conjunto é muito diferente. Por muito tempo, a criação não quis estar nas grandes discussões. Antigamente, era meio 'glamourizado', meio uma divindade. Uma coisa que a gente fez muito foi tirar esse glamour da criação.

Precisamos mostrar que, quanto mais colaborativo o trabalho for, melhor ele será no final. Tem uma frase que eu amo, de um amigo, que diz: "ideia é que nem carro alegórico. Se todo mundo não empurrar, não vai para a avenida".
André Kassu

Temos algumas definições culturais aqui que vale dividir, também. Gentileza é a forma mais eficaz de fazer as coisas acontecerem. Falar é prata, escutar é ouro. Não dá para ser legal e estar certo sempre. Você não precisa ter todas as respostas. Não procure por ideias unânimes. São normas, pequenas regras de ambiente que faz com que as pessoas se respeitem, se escutem e aprendam a trabalhar colaborativamente. Eu acho que é essa a grande diferença.

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