"Pelas regras do edital, deveríamos ter cerca de 100 cidades cobertas pelo 5G. Nós conseguimos fazer um trabalho célere para limpeza da faixa, e as operadoras viram que o modelo de negocio era interessante, antecipando a ativação do sinal", afirmou o conselheiro da Anatel, Vinícius Caram, em entrevista coletiva à imprensa.
A limpeza da faixa começou pelas cidades de maior porte e se estendeu pelos municípios do interior do País. Ao longo de todos o processo, o trabalho antecipou as metas de instalação dos filtros nas parabólicas, sendo totalmente concluído neste mês. Na reta final, faltavam 190 cidades na Bahia.
"Hoje, somos a quinta maior população do mundo em termos de celulares em operação com 5G", ressaltou Caram. "Isso é importante porque não podemos falar de crescimento econômico sem a base das telecomunicações. O 5G veio para catalisar o crescimento", acrescentou o conselheiro, citando as aplicações de internet em portos, aeroportos, logística, indústria e agronegócios, entre outros.
O trabalho de limpeza foi feito pela Entidade Administradora da Faixa (EAF), criada conforme previsão do edital do 5G, justamente para atuar nessa atividade, em parceria com a Anatel. A atividade contou com um orçamento de R$ 3,5 bilhões.
"Foi um trabalho sem precedentes no mundo", comentou o presidente da EAF, Leandro Guerra. Entre as dificuldades superadas, foi preciso selecionar equipamentos para filtragem do sinal, importação de fornecedores asiáticos em plena pandemia, bem como o atendimento a milhões de domicílios espalhados pelo País.
Pelas regras em vigor, as operadoras têm até 31 de julho de 2025 para implantar o 5G nos municípios com população igual ou superior a 500 mil habitantes, e até 31 de julho de 2026 para atender as cidades com população igual ou superior a 200 mil habitantes. Um ano depois, precisam estar contemplados os municípios que têm a partir de 100 mil moradores. O cronograma do restante das cidades vai até 2029.