Se em 2024 Christopher Nolan se transformou quase em um embaixador das salas Imax, fazendo questão de lembrar da empresa em sua vitória no Oscar, por "Oppenheimer" (captado em Imax), neste ano, Sean Baker, premiado por "Anora", foi ainda mais contundente ao falar da importância da experiência de ir ao cinema e como essa experiência está, em suas palavras, "sob ameaça".
Depois de clamar a diretores e distribuidores que se concentrem nos lançamentos na telona, concluiu pedindo "para todos nós, quando pudermos, por favor, vamos assistir a filmes nas salas, vamos manter essa grande tradição viva e bem".
Ainda em busca de recuperação dos números pré-pandemia, as bilheterias tiveram uma queda na maior parte do mundo em relação a 2023, inclusive nos Estados Unidos. Mas, no Brasil, não.
Tivemos um superávit de público de praticamente 10%, saltando de 114 milhões para 125 milhões —historicamente, por questões inflacionárias e de mudanças de moeda, a medição no Brasil é feita em público, e não em arrecadação.
Ajudou o fato de "Divertida Mente 2" ter se tornado o maior público da história no país, com 22,3 milhões de espectadores, superando "Vingadores - Ultimato" (2019), com 19,7 milhões.
Porém, a grande história de 2024 é a boa performance do público do cinema nacional, capitaneado por "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, que fechou o ano com quase 3 milhões de espectadores. Na última semana do ano, ainda tivemos "O Auto da Compadecida 2", levando mais de 1 milhão de pessoas aos cinemas entre o Natal e o Ano-Novo.
E são justamente esses dois filmes que fazem 2025 começar tão bem como terminou 2024. Impulsionado pela febre em torno do Oscar, o longa de Salles já superou os 5,6 milhões de espectadores e deve entrar nos próximos dias no top 10 histórico dos filmes nacionais. "O Auto 2" manteve a boa performance e já passa de 4,2 milhões de público total.
Assim, impelidos pelos filmes brasileiros, as nove primeiras semanas de 2025 somaram 23 milhões de público, 17% acima do mesmo período de 2024. Continuamos longe dos números de 2018 ou 2019, mas o começo do ano brasileiro nos cinemas animaria até Sean Baker.
Com o público ainda em clima de romance com Fernanda Torres e "Ainda Estou Aqui", nada melhor do que continuar surfando essa onda com a estreia de "Vitória", estrelado pela mãe, Fernanda Montenegro, e dirigido pelo marido, Andrucha Waddington —um candidato ao Oscar 2026?
Também tivemos na semana passada a estreia de "Uma Advogada Brilhante", com o campeão de público Leandro Hassum.
E teremos em 1º de maio a cinebiografia de Ney Matogrosso, "Homem com H", de Esmir Filho. Mais sucessos nacionais à vista.
CONHEÇA OS CINEMAS VENCEDORES
Melhor complexo de cinema: Cinépolis JK Iguatemi
Melhor projeção: Cinépolis JK Iguatemi - Sala Imax
Melhor som: Cine Marquise 1- Dolby Atmos
Melhor da região leste/shopping da região leste: UCI Anália Franco
Melhor da região norte/shopping da região norte: Lar Center Cinemark
Melhor da região sul/shopping da região sul: Cinépolis JK Iguatemi
Melhor da região oeste/shopping da região oeste: Cinesala e Cinemark Eldorado
Melhor sala especial ou cineclube: Cinemateca e Cinesesc
Mais confortável: Cinesystem Morumbi Town
Melhor sala VIP: Cinépolis JK Iguatemi
Melhor cinema de rua: Espaço Petrobras de Cinema -- Augusta
Melhor programação: Reag Belas Artes
Melhor bombonnière: Café Fellini (Espaço Petrobras -- Augusta)
Acessibilidade: Kinoplex Itaim
Participaram os jornalistas Beatriz Izumino, Guilherme Genestresi, Hanuska Bertoia, Leonardo Sanchez, Marilia Miragaia, Nathalia Durval, Priscila Camazano, Roberto de Oliveira e Sandro Macedo