Inflação deve continuar a desacelerar em 2025, avalia a CNI. A entidade argumenta que as condições climáticas devem ser mais favoráveis no próximo ano, o que contribui para conter a inflação dos alimentos e da energia. Considera também a possibilidade de redução no preço do petróleo como outro fator a contribuir com a desaceleração dos preços.
Pacote de cortes do governo
A entidade defendeu o pacote de corte de gastos anunciado pelo governo. As medidas contribuem para a sustentabilidade do arcabouço fiscal e "melhoram a sintonia entre as políticas fiscal e monetária", diz.
Propostas para redução de despesas do governo têm caráter estrutural. A entidade destacou que as medidas propostas pelo governo têm impacto em despesas relevantes, como o salário mínimo, abono salarial e o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Reação negativa aos reajustes do governo foi exagerada. A entidade diz que o reajuste sugerido pelo governo "é positivo, embora ainda possa ser aperfeiçoado pelo Congresso, e deve ser efetivo na contenção das despesas". Portanto, avalia que "a reação inicial ao pacote, com desvalorização da taxa de câmbio e alta nos juros futuros, foi exagerada e deve ser interpretada com cautela".
Basear a política monetária nesta reação negativa é equivocado. A reação negativa do mercado ocorreu devido ao anúncio da isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Porém, a proposta é que essa isenção seja neutra do ponto de vista fiscal, pois será compensada por outras medidas. Quando isso ocorrer, a reação negativa será revertida, diz a entidade. "O que faz com que qualquer tomada de decisão de política monetária a partir da reação seja precipitada e equivocada", diz.