Um juiz francês colocou Durov sob investigação formal na última quarta-feira, quatro dias depois de a polícia prendê-lo no aeroporto de Le Bourget, perto de Paris, alimentando o debate sobre onde termina a liberdade de expressão e começa a aplicação da lei.
O advogado David-Olivier Kaminski, representando Durov na França, disse que é "absurdo dizer que uma plataforma ou seu chefe são responsáveis por qualquer abuso" realizado na plataforma, e que o Telegram está cumprindo as leis europeias.
O juiz francês disse na quarta-feira que Durov é suspeito de cumplicidade na administração de uma plataforma online que permite transações ilícitas, imagens de abuso sexual infantil e tráfico de drogas.
Durov, de 39 anos, também está sendo investigado por suposta lavagem de dinheiro e recusa em cooperar com as autoridades judiciais. A plataforma afirmou nesta semana que Durov não tem "nada a esconder".
Sublinhando a relação difícil entre governos e gigantes das redes sociais, o caso contra Durov pode ser visto como uma advertência para os titãs da tecnologia sobre como lidar com suposta ilegalidade em seus aplicativos.
A prisão de Durov é a primeira de um presidente-executivo de uma grande plataforma de mensagens. Mas, com o aumento das tensões entre governos e gigantes de redes sociais, não é a primeira vez que o Telegram tem um problema com a polícia e autoridades judiciais.