Quando eu olho o entregador que precisa abrir um MEI para ser contratado por uma grande empresa de tecnologia, na verdade ele precisaria ter uma carteira assinada. Adriana Barbosa, fundadora do Festival Feira Preta
Nos cursos oferecidos pela Preta Hub, a aceleradora de empreendedorismo negro que ela dirige, Barbosa diz que é comum ouvir microempreendedores dizendo que não criaram seus negócios por gostarem do ramo, mas porque não conseguiram se inserir no mercado de trabalho e precisam pagar as contas.
"No Brasil, temos um problema muito sério com a precarização do trabalho", afirma Barbosa. "A moça que vende bolo no pote ou que vai vender bala no semáforo, que precisa estar regularizada a partir do MEI, na verdade está se virando".
Muitas dessas mulheres que, inclusive, já passaram pelas nossas formações, dizem 'Adriana, não é porque eu necessariamente gosto de fazer isso, estou fazendo porque eu não consigo me inserir no mercado de trabalho formal e eu não posso passar fome, mas se eu tivesse oportunidade, eu gostaria de estar em um trabalho com carteira assinada'. Adriana Barbosa, fundadora do Festival Feira Preta
"E tem o empreendedorismo que é a construção do futuro, que é um pouco do que vemos fazendo no PretaHub, que é transformar essa "servilogia", essa precarização em oportunidade em empreendedorismo, porque você vai conseguir desenhar o seu futuro", diz.