Acidente em Vinhedo: o que explica queda de avião em espiral?

há 6 meses 23

Para se sustentar, a asa do avião tem uma aerodinâmica que diferencia a velocidade do vento. Em poucas palavras, a asa tem uma curvatura na parte de cima, enquanto a de baixo é praticamente reta. Isso faz com que o ar que passa por cima da asa tenha uma velocidade maior do que o que está abaixo dela. Essa diferença de velocidade também gera uma diferença de pressão, que produz uma força para empurrar a asa para cima. Esse "empurrão" é o que gera a sustentação necessária para a aeronave decolar e se manter em voo.

Há várias outras situações em que um avião pode entrar em estol. Uma delas é ultrapassar o limite máximo de inclinação, impedindo que o ar circule sobre a parte de cima da asa. Assim, o ar tem contato somente na parte da frente e o arrasto exige uma força bem maior do que se a placa estivesse na posição horizontal. Além disso, a própria redução da velocidade de um avião também pode ser uma causa, já que o ar que passa pela asa não é suficiente para a sustentação.

Todo o avião comercial é preparado para enfrentar a situação, afirma Marinho, quando questionado se as aeronaves não deveriam estar preparadas para evitar a formação de gelo em suas asas.

Esse é um tipo de problema muito comum, até trivial, eu diria. Então, todo o avião de transporte de passageiros tem esse tipo de mecanismo para lidar com formação de gelo, inclusive o ATR 72. Raul Marinho, piloto e presidente do BGAST.

Uma falha no mecanismo da aeronave da Voepass é "uma possibilidade", diz o piloto. "Mas também pode ter sido falha da tripulação, ou ocorrido outra coisa que a gente nem imagina", ressalta. E conclui: "Existem casos de acidentes aéreos que, na hora que você vai investigar, se encontra um fator totalmente fora da curva, que ninguém imaginou que seria aquilo, mas era. Então, só a investigação pode confirmar [a causa da queda]".

*Com informações de reportagens publicadas em 09/08/2024 e 09/08/2024.

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