Essa prática consiste na transmissão digital de imagens médicas, como tomografias, ressonâncias magnéticas e radiografias, permitindo que médicos as analisem em locais distintos
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Contar com imagens analisadas remotamente facilita a logística e permite uma atuação mais assertiva em tempo real
Nos últimos anos, a tecnologia tem ampliado os horizontes da medicina, e uma das inovações mais transformadoras é a possibilidade de interpretar exames à distância. Como radiologista intervencionista, acompanho de perto como essa prática tem democratizado o acesso ao diagnóstico, aproximando pacientes e especialistas, mesmo em locais remotos.
Como funciona o diagnóstico à distância?
Essa prática consiste na transmissão digital de imagens médicas, como tomografias, ressonâncias magnéticas e radiografias, permitindo que médicos as analisem em locais distintos. Baseada em redes de alta velocidade, essa conexão viabiliza a interpretação em tempo quase real, otimizando as decisões clínicas, especialmente em situações críticas.
No meu dia a dia, percebo que essa ferramenta se tornou essencial para procedimentos guiados por imagem. Por exemplo, ao planejar uma biópsia ou uma embolização, a possibilidade de obter uma análise remota rápida é determinante para a eficiência do tratamento.
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Benefícios para pacientes e profissionais
O maior ganho está na rapidez e no alcance. Em locais onde não há radiologistas, os exames podem ser avaliados por especialistas situados em grandes centros, garantindo que o paciente receba um diagnóstico qualificado. Além disso, a troca de opiniões entre profissionais em diferentes partes do mundo eleva a precisão diagnóstica e contribui para o aprendizado contínuo.
Para os profissionais, o impacto é igualmente relevante. Contar com imagens analisadas remotamente facilita a logística e permite uma atuação mais assertiva em tempo real, otimizando o uso de recursos médicos.
Desafios e soluções
Apesar de suas vantagens, a adoção dessa prática não está isenta de desafios. Regiões remotas ainda enfrentam dificuldades com a infraestrutura de internet, o que pode limitar a qualidade da transmissão de imagens. Além disso, questões de privacidade e segurança dos dados requerem atenção constante, sendo imprescindível a adoção de tecnologias de criptografia e a conformidade com regulamentações como a LGPD.
Avanços no Brasil
No Brasil, programas públicos e privados têm utilizado essa tecnologia para reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico por imagem. Em localidades remotas, a possibilidade de enviar exames para especialistas em áreas urbanas tem acelerado o tratamento de pacientes e aumentado as chances de sucesso em casos complexos. Para nós, radiologistas intervencionistas, isso significa ampliar as possibilidades de atuação em tratamentos avançados, mesmo em locais com menos recursos.
O futuro da medicina remota
Com o avanço da inteligência artificial, o diagnóstico remoto tende a se tornar ainda mais eficiente. Ferramentas que identificam padrões em exames de forma automatizada servirão como uma segunda opinião, aprimorando a qualidade e a rapidez das decisões médicas.
Como especialista em procedimentos minimamente invasivos, vejo nessa tecnologia uma extensão do cuidado que prestamos. Ao permitir que o conhecimento alcance qualquer lugar, ela reforça nosso papel em levar tratamentos precisos e humanizados a quem mais precisa.
*Por Dr. Felipe Roth Vargas – CRM 155352-SP | RQE 94668
Médico coordenador do departamento de Radiologia Intervencionista