Nova ligação entre Santos e Guarujá foi anunciada em diferentes gestões; relembre

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Diferentes gestões no governo de São Paulo tentaram criar mais uma alternativa de ligação entre as cidades de Santos e Guarujá, no litoral do estado. Estudos e anúncios de pontes e túneis foram apresentados por governadores ao longo dos últimos 20 anos.

Ainda em fevereiro de 2008, a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), empresa ligada ao governo paulista, divulgava um estudo para a implantação de um túnel subaquático entre Santos e Guarujá, para substituir o sistema de travessias por balsas.

"Fizemos uma análise e percebemos que não dá para melhorar o serviço [de travessia por balsa] porque o volume de tráfego é muito grande, a distância é muito curta, a região já está congestionada e o movimento do porto aumentou muito", disse na época o então o diretor-presidente da Dersa, Thomaz de Aquino Nogueira Neto.

No ano seguinte, contudo, o então governador José Serra (PSDB) descartou a ideia da abertura de um túnel. Em maio de 2009, ele apresentou o projeto de construção de uma ponte estaiada com pedágio, de 2.827,5 metros, duas pistas de cada lado, passagens laterais para pedestres e ciclovia na parte central.

A ponte faria a ligação entre as avenidas Mário Covas, na Ponta da Praia, em Santos, e Adhemar de Barros, no Guarujá, e custaria menos do que o túnel.

Na época, também já se falava em executar a obra por meio de uma PPP (parceria público-privada), permitindo que o investidor ficasse com os valores arrecadados com o pedágio.

Em 2010, às vésperas de iniciar sua corrida eleitoral ao Planalto, Serra chegou a exibir uma maquete da ponte, mas o projeto não prosperou.

Em março de 2011, logo no início do seu mandato, o então governador Geraldo Alckmin (na época no PSDB, hoje no PSB e vice-presidente da República na gestão Lula 3) pediu a revisão da proposta da ponte e, quase um ano depois, ele já anunciava a publicação de um edital de licitação para construir um túnel entre as cidades.

O projeto previa a construção de um túnel com 900 metros de extensão, com três faixas em cada sentido e espaço para pedestres e ciclistas. A estrutura ligaria os bairros de Outeirinhos, em Santos, a Vicente de Carvalho, no Guarujá, e ficaria pronto no primeiro semestre de 2016. Mas a obra não avançou.

Em junho de 2018, a ideia da ponte ventilada na gestão Serra voltou à cena. "Um dia, se houver dinheiro, poderemos fazer o túnel. Mas vamos agora fazer a ponte. É uma obra grande, custará mais de R$ 1 bilhão, e possível", disse na ocasião o então governador Márcio França (PSB), hoje ministro de Lula (Empreendedorismo).

A estrutura teria cerca de 7 km e ligaria a rodovia Anchieta, no quilômetro 65, até a rodovia Cônego Domênico Rangoni, no quilômetro 250.

Nesta quinta-feira (27), em mais uma tentativa de dar solução ao congestionamento no local, o presidente Lula (PT) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lançaram o edital de licitação para a obra de um túnel ligando as cidades.

O túnel terá cerca de 1,5 km de extensão, sendo 870 metros sob a água. Serão seis pistas, três em cada sentido, com a possibilidade de uma delas ser utilizada para transporte em VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). O valor de pedágio será, no início, de R$ 6,10, e a travessia será gratuita para pedestres e ciclistas.

A estimativa é que a construção possa ser iniciada em 2026 e finalizada em 2028.

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