A taxa de desemprego subiu a 6,5% no trimestre até janeiro no Brasil, apontam dados divulgados nesta quinta (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O indicador ficou 0,3 ponto percentual acima dos 6,2% registrados nos três meses até outubro, que servem de base de comparação.
O novo resultado ficou levemente abaixo da mediana das estimativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam taxa de 6,6% para o trimestre até janeiro.
Os dados do IBGE integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), cuja série histórica começou em 2012. O levantamento examina as condições do mercado de trabalho formal e informal.
Para as estatísticas oficiais, uma pessoa desempregada é aquela de 14 anos ou mais que não está trabalhando e que está à procura de oportunidades.
Após a virada de ano, o desemprego costuma subir devido a fatores como a busca por recolocação após o fechamento de vagas temporárias. Analistas aguardavam a divulgação desta quinta para entender se esse movimento já seria confirmado ou não no trimestre até janeiro –e em qual intensidade.
Folha Mercado
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Ao longo de 2024, a taxa de desocupação mostrou sucessivas quedas no Brasil. O indicador chegou a recuar a 6,1% nos três meses até novembro, renovando o menor patamar da série.
A redução do desemprego ocorreu em meio ao desempenho acima do esperado para a atividade econômica. Analistas dizem que o PIB (Produto Interno Bruto) respondeu a medidas de estímulo do governo federal, o que teria gerado uma demanda maior por trabalhadores.
Além do aquecimento da economia, um fator secundário que contribuiu para a queda do desemprego nos últimos anos foi o comportamento da taxa de participação.
Esse indicador mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais que estão inseridas na força de trabalho como ocupadas (empregadas) ou desempregadas (à procura de vagas). A taxa de participação até mostrou sinais de retomada nos últimos trimestres, mas continuou abaixo do patamar pré-pandemia.
Em parte, o quadro é associado ao envelhecimento da população. Por essa lógica, a saída da força de trabalho de pessoas mais velhas contribuiria para frear a procura por emprego e, assim, reduzir a pressão sobre a taxa de desocupação.
O IBGE também já afirmou ser possível que jovens estudantes tenham se afastado do mercado com a melhora da renda dos responsáveis pelas famílias. A situação seria positiva em caso de dedicação aos estudos.
Em 2025, economistas projetam um cenário de desaceleração da atividade econômica em meio ao ciclo de alta nos juros, que encarece o consumo e os investimentos produtivos. Apesar disso, as previsões não indicam até o momento grande elevação na taxa de desemprego.